Vocês não passam de idiotas
O texto que se segue foi publicado pela revista La Feuille e faz parte da campanha promovida por Zo d’Axa para a candidatura de um asno chamado Ninguém para as eleições para Câmara de Deputados parisiense de 1898. A constatação do título é uma singela referência aos eleitores medianos de então, o texto inicia como se fosse escrito pelo já referido equino, mas antes da metade d’Axa esquece o Ninguém.
Eleitores
Apresentando-me para os seus votos, lhes dirijo umas poucas palavras. Aí vão elas:
Venho de uma antiga família francesa – ouso dizer – então sou um burro com pedigree, um burro no sentido positivo da palavra: quatro patas e, sobretudo, pêlos.
Meu nome é Ninguém, e também o são meus competidores nesta corrida.
Sou branco, como muitos dos votos que foram para urna, mas não foram contados, mas que irão agora pertencer a mim!
Minha eleição está assegurada.
Vocês entenderão que falo francamente. (mais…)